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Metais Preciosos Enfrentam Inflação Mais Branda e Tomada de Lucros Após Rally Histórico
Resumo:Nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, o complexo dos metais preciosos vive um dia de respiração e ajuste, após semanas de uma valorização que entrou para a história dos mercados. O ouro, após testar novamente os máximos históricos, opera próximo a US$ 4.330 a onça, mostrando resiliência.

Publicado em 18/12/2025
Nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, o complexo dos metais preciosos vive um dia de respiração e ajuste, após semanas de uma valorização que entrou para a história dos mercados. O ouro, após testar novamente os máximos históricos, opera próximo a US$ 4.330 a onça, mostrando resiliência. A prata, a estrela indiscutível do ano, ajusta-se para US$ 65,66, uma ligeira correção de 1,23% que não apaga sua impressionante valorização de quase 125% em 2025. Enquanto isso, a platina e o paládio também mostram sinais de fôlego após atingirem máximos de 17 e 3 anos, respectivamente. O cenário é de consolidação no topo, onde um dado de inflação surpreendentemente brando nos EUA e a inevitável tomada de lucros encontram uma estrutura fundamental de mercado ainda sólida, alimentada por cortes de juros esperados e desequilíbrios de oferta e demanda. Este momento de pausa revela não uma ruptura, mas a calmaria tensa de um mercado que reavalia seus próximos passos após um dos ciclos mais explosivos já registrados.
O Contexto Macro: Inflação Branda dos EUA e Seu Impacto Ambíguo
O grande evento do dia foi a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de novembro nos Estados Unidos. Os dados surpreenderam pelo lado da brandura: a inflação anual ficou em 2,7%, com o núcleo (core) em 2,6%. Tradicionalmente, uma inflação mais baixa seria um vento de cauda direto para o ouro, pois abre caminho para cortes mais agressivos de juros pelo Federal Reserve (Fed), o que enfraquece o dólar e reduz o custo de oportunidade de manter ativos não rendosos. No entanto, a reação inicial dos metais foi de venda. Este movimento aparentemente contraditório tem uma explicação dupla. Primeiro, uma parte substancial da valorização histórica do ouro em 2025 foi impulsionada justamente por seu papel como proteção (hedge) contra a inflação alta. Com a pressão de preços arrefecendo mais rápido que o esperado, parte desse “prêmio de inflação” é naturalmente retirado do mercado. Em segundo lugar, após um rally tão extenso e rápido, qualquer notícia, positiva ou negativa, serve de gatilho para uma saudável tomada de lucros (profit-taking) por parte de traders e investidores que acumularam ganhos extraordinários.
Apesar da venda inicial, a queda foi contida e os metais rapidamente encontraram compradores. Isso porque a narrativa de fundo permanece intacta. A taxa de desemprego nos EUA subiu para 4,6%, e o Fed já realizou seu terceiro corte de juros do ano. O mercado continua precificando dois cortes adicionais em 2026. Um cenário de juros menores por mais tempo continua sendo o pilar central de sustentação para os metais preciosos. O dado de CPI, portanto, não quebrou o ciclo; ele apenas o confirmou e, ao fazê-lo, desencadeou uma reavaliação tática de posições superaquecidas.
A Situação da Prata: O Rally Parabólico Encontra uma Pausa Necessária
A prata merece um capítulo à parte. Sua performance em 2025 é simplesmente espetacular, com ganhos que aproximam 125% e a quebra da barreira psicológica de US$ 65, chegando a tocar US$ 66,88 no pregão anterior. Nesta quinta-feira, o preço spot corrigiu para US$ 65,66, um movimento saudável após um avanço quase vertical. A correção, porém, não altera a poderosa combinação de fatores que impulsionou o metal. A Reuters descreveu um “clima perfeito (perfect storm)” para a prata, que inclui: forte demanda por investimento, sua inclusão na lista de minerais críticos dos EUA, déficits de oferta persistentes e uma demanda industrial robusta vindas de setores em expansão como energia solar, veículos elétricos (EVs) e data centers de Inteligência Artificial (AI). A prata é um mercado menor e menos líquido que o ouro, o que amplifica seus movimentos. Por isso, os retraços tendem a ser comprados rapidamente, pois os investidores veem neles oportunidades de entrada em um ciclo estrutural de alta.
As previsões para a prata continuam otimistas. A FXStreet destacou que o XAG/USD opera próximo a US$ 66,50 e que os déficits de mercado devem persistir em 2026. A WisdomTree projeta que a prata pode se aproximar de US$ 75 a onça até o final de 2026, enquanto outros analistas veem US$ 70 como um alvo alcançável no próximo ano se os cortes de juros continuarem. Esta perspectiva de longo prazo é o que sustenta o apetite por compras mesmo após correções bruscas.
O Ouro e a Busca pelos US$ 5.000: Previsões Ousadas para 2026
Enquanto a prata rouba a cena no curto prazo, as atenções para 2026 estão voltadas para o ouro e uma previsão que, até pouco tempo, parecia distante: US$ 5.000 a onça. Segundo a Reuters, analistas de grandes instituições como J.P. Morgan, Bank of America e a consultoria Metals Focus agora veem o bullion atingindo esse patamar histórico em 2026. Esta revisão radical nas projeções é um reflexo direto do “erro coletivo” da indústria em 2025. Como destacou a estrategista Nicky Shiels, do grupo suíço MKS Pamp, “2025 é coletivamente a maior subestimativa/margem de erro para todos os 4 metais na história das pesquisas com analistas da LBMA”. Ninguém previu os preços atuais, e isso pode levar a uma supercompensação nas estimativas para 2026, tornando-as excessivamente altistas.
No entanto, os fundamentos que embasam essas projeções são tangíveis. Os ETFs lastreados em ouro registraram entradas de capital recorde em 2025, com influxos totais avaliados em US$ 77,3 bilhões, superando até mesmo o ano pandêmico de 2020. Este influxo institucional maciço demonstra uma mudança de postura estratégica, com o ouro sendo visto novamente como um diversificador essencial de carteira e um porto seguro (safe haven) confiável. O Banco Canadense BMO projeta que os preços do ouro “podem romper US$ 4.600/oz já no primeiro trimestre” de 2026. O viés técnico também permanece positivo: enquanto o ouro mantiver uma sequência de mínimas e máximas mais altas, a tendência de alta está intacta. A resistência imediata está na faixa de US$ 4.370 - US$ 4.380, que representa o recorde histórico de outubro. Uma ruptura sustentada acima desse nível abriria caminho para novos patamares.
O Desempenho da Platina e do Paládio: Máximos Multianuais e Demanda Específica
O rally não se limitou ao ouro e à prata. A platina atingiu um máximo de 17 anos acima de US$ 1.980 antes de uma correção, enquanto o paládio tocou um máximo de 3 anos próximo a US$ 1.720. Estes metais, fundamentais para a indústria automotiva (em catalisadores) e outras aplicações industriais de alta tecnologia, também foram puxados pelo sentimento positivo do complexo e por fatores específicos. O World Platinum Investment Council destacou uma demanda explosiva por barras e moedas de platina na China. Um marco significativo em 2025 foi o lançamento de futuros e opções de platina e paládio na Bolsa de Futuros de Guangzhou (GFEX), dando aos usuários domésticos chineses uma ferramenta regulada direta para se proteger (hedge) contra a volatilidade de preços. Esta institucionalização do mercado na China é um divisor de águas (gamechanger) que deve fornecer suporte estrutural adicional a esses metais.
O Cenário Monetário Global: BCE Mantém, BoE Corta e o Futuro do Fed
Enquanto os dados de inflação ditavam o ritmo nos EUA, os bancos centrais europeus também tomaram suas decisões. O Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juros na Zona do Euro, conforme esperado. Já o Banco da Inglaterra (BoE) aprovou por apertada margem de 5 votos a 4 seu quarto corte de juros do ano, refletindo o dilema entre combater uma economia fraca e uma inflação teimosa. Este ambiente de política monetária global divergente, mas com viés de afrouxamento, cria um pano de fundo favorável para os metais preciosos. O ouro em euros subiu 47,5% em 2025, superando a marca de €3.700 por onça, enquanto em libras esterlinas a valorização é de 55,5%, com a onça cotada a £3.240. A depreciação geral das moedas fiduciárias frente ao ouro é um tema central deste ciclo.
Riscos e Considerações Técnicas: O Perigo da Exuberância
Apesar do cenário fundamental robusto, os riscos são palpáveis e os indicadores técnicos começam a acender luzes de alerta. A prata precisa se manter acima de US$ 64,80 para manter o ímpeto de alta no curto prazo. O RSI (Índice de Força Relativa) da platina já está em território de sobrecompra, aumentando os riscos de um pullback mais acentuado. Para o ouro, um rompimento abaixo de US$ 4.280 poderia levar o metal a testar o suporte mais sólido na faixa de US$ 4.170 - US$ 4.180. A volatilidade inerente aos metais, especialmente à prata, pode punir posicionamentos muito agressivos e alavancados. A própria natureza do rally de 2025 – descrito como o mais forte fora de 1979 – serve como um lembrete de que correções profundas e saudáveis são parte integrante de qualquer mercado em alta sustentada.
Conclusão: Entre a Tomada de Lucros e a Fé no Ciclo Estrutural
Em 18 de dezembro de 2025, os mercados de metais preciosos estão em um ponto de inflexão tático. O dado de inflação branda nos EUA deu aos traders uma justificativa perfeita para realizar alguns dos lucros históricos acumulados, especialmente na prata. No entanto, essa movimentação não deve ser confundida com uma mudança de tendência. Os pilares que construíram o rally de 2025 permanecem firmes: a trajetória de cortes de juros do Fed, a demanda institucional maciça via ETFs, os desequilíbrios de oferta e demanda física (especialmente na prata) e o contexto geopolítico ainda instável.
Para o investidor, a mensagem é clara. O viés de médio e longo prazo continua francamente positivo, com projeções ousadas de US$ 5.000 para o ouro e US$ 70-75 para a prata em 2026 ganhando espaço no mainstream. No entanto, a estratégia no curto prazo deve incorporar disciplina e paciência. Os níveis atuais, próximos aos máximos históricos, são de alto risco para novas entradas agressivas. A abordagem mais prudente é esperar por retrações para zonas de suporte técnico (como US$ 4.200-4.250 para o ouro ou US$ 60-62 para a prata) para acumular posições, sempre dentro de uma perspectiva de diversificação de carteira e proteção contra a incerteza. O ciclo dos metais preciosos está longe de terminar, mas após a euforia do breakout inicial, ele agora entra em uma fase mais madura – e potencialmente volátil – de consolidação e confirmação de tendência.

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