Resumo:O mês de setembro começa com o dólar em leve alta frente ao real, refletindo tanto fatores externos quanto internos. De um lado, a agenda internacional traz o feriado nos Estados Unidos, que reduz a liquidez global e limita a volatilidade do mercado. Do outro, a economia brasileira se prepara para a divulgação do PIB do segundo trimestre, enquanto a taxa básica de juros, a Selic em 15% ao ano, mantém pressão sobre o crédito e os investimentos.
A expectativa dos agentes financeiros está voltada para o relatório de emprego (payroll) dos EUA, que será publicado na sexta-feira e pode redefinir os próximos passos do Federal Reserve (Fed) em relação à política monetária.

Publicado em 01/09/2025
Sumário
- Introdução: o cenário cambial no início de setembro
- Cotação do dólar hoje: valores em tempo real
- Panorama do dólar comercial e turismo
- Feriado nos EUA e baixa volatilidade global
- O peso dos dados do PIB brasileiro
- Política monetária no Brasil: Selic a 15% e seus efeitos
- O mercado à espera do payroll nos EUA
- Federal Reserve: expectativa de corte de juros em setembro
- Impactos do câmbio sobre inflação e consumo no Brasil
- Projeções do Focus para 2025 e 2026
- Histórico recente da moeda americana
- Tensões comerciais entre Brasil e EUA
- Contexto político: STF e instabilidade institucional
- O que isso significa para investidores de Forex brasileiros
- Conclusão: estratégias de curto e médio prazo
1) Introdução: o cenário cambial no início de setembro
O mês de setembro começa com o dólar em leve alta frente ao real, refletindo tanto fatores externos quanto internos. De um lado, a agenda internacional traz o feriado nos Estados Unidos, que reduz a liquidez global e limita a volatilidade do mercado. Do outro, a economia brasileira se prepara para a divulgação do PIB do segundo trimestre, enquanto a taxa básica de juros, a Selic em 15% ao ano, mantém pressão sobre o crédito e os investimentos.
A expectativa dos agentes financeiros está voltada para o relatório de emprego (payroll) dos EUA, que será publicado na sexta-feira e pode redefinir os próximos passos do Federal Reserve (Fed) em relação à política monetária.
2) Cotação do dólar hoje: valores em tempo real
Às 10h13 (horário de Brasília), o dólar comercial era negociado a R$ 5,432 na venda, com alta de 0,19% em relação ao fechamento anterior.
Na B3, o contrato futuro de dólar de primeiro vencimento avançava 0,02%, cotado a R$ 5,467.
Na sexta-feira, o dólar havia encerrado a sessão em R$ 5,4223, acumulando valorização de 0,30%.
3) Panorama do dólar comercial e turismo
- Dólar comercial:
- Compra: R$ 5,432
- Venda: R$ 5,432
- Dólar turismo:
- Compra: R$ 5,453
- Venda: R$ 5,633
A diferença entre as duas cotações continua refletindo os custos adicionais de operação, impostos e margem das casas de câmbio.
4) Feriado nos EUA e baixa volatilidade global
Com os mercados norte-americanos fechados devido ao feriado do Dia do Trabalho, o dia começou com baixa volatilidade global. Muitos investidores optaram por reduzir posições e adiar movimentos mais expressivos até o retorno das negociações completas nos EUA.
Essa postura cautelosa reforça a percepção de que os próximos dias podem trazer fortes oscilações, especialmente diante da expectativa pelo payroll.
5) O peso dos dados do PIB brasileiro
Na terça-feira (02/09), será divulgado o PIB do Brasil referente ao segundo trimestre. A previsão de consenso, segundo pesquisa da Reuters, aponta para um crescimento de apenas 0,3%, bem abaixo da expansão de 1,4% registrada no primeiro trimestre.
Esse resultado deve reforçar a leitura de que a economia brasileira começa a sentir de forma mais intensa os efeitos da política monetária restritiva.
6) Política monetária no Brasil: Selic a 15% e seus efeitos
O Banco Central do Brasil mantém a Selic em 15% ao ano, com o objetivo de trazer a inflação para a meta de 3%. Esse nível historicamente elevado de juros:
- Desestimula o consumo e o crédito, pressionando setores sensíveis como varejo e construção.
- Atrai capital estrangeiro para renda fixa, o que pode sustentar o real em alguns momentos.
- Mas também dificulta a retomada do crescimento, como refletem os dados do PIB.
7) O mercado à espera do payroll nos EUA
A principal expectativa da semana recai sobre a divulgação do relatório de emprego dos EUA (payroll), marcada para sexta-feira.
Esse indicador será fundamental para orientar a decisão do Federal Reserve na reunião deste mês, uma vez que o mercado já precifica em 98% a chance de corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros.
8) Federal Reserve: expectativa de corte de juros em setembro
Com inflação em trajetória moderada e sinais de desaquecimento da atividade, cresce a pressão para que o Fed reduza os juros.
Caso a expectativa se confirme, o dólar pode perder força globalmente, beneficiando moedas emergentes como o real. Porém, se os dados surpreenderem positivamente, o Fed pode adotar um tom mais conservador, reacendendo a valorização do dólar.
9) Impactos do câmbio sobre inflação e consumo no Brasil
O dólar mais caro tem efeitos diretos sobre a economia doméstica:
- Combustíveis: derivados de petróleo encarecem, elevando custos de transporte.
- Alimentos: itens importados e insumos agrícolas ficam mais caros.
- Inflação: tende a se manter persistente, pressionando a renda das famílias.
- Viagens internacionais: tornam-se menos acessíveis para brasileiros.
10) Projeções do Focus para 2025 e 2026
O Relatório Focus divulgado hoje trouxe pequenas revisões:
- Inflação 2025 (IPCA): recuou de 4,86% para 4,85%.
- Câmbio 2025: projeção mediana caiu de R$ 5,59 para R$ 5,56.
- Inflação 2026 (IPCA): ajustada para 4,31%, ante 4,33%.
Essas projeções reforçam a visão de que o câmbio deve permanecer em patamar elevado, mas sem novos saltos abruptos no curto prazo.
11) Histórico recente da moeda americana
Em novembro de 2024, o dólar atingiu R$ 6,00 pela primeira vez, chegando a R$ 6,26 em dezembro. Esse movimento foi impulsionado por declarações do governo e por intervenções do Banco Central no câmbio.
Desde então, a moeda vem se estabilizando na faixa de R$ 5,40 a R$ 5,60, mas os riscos de novos choques externos seguem presentes.
12) Tensões comerciais entre Brasil e EUA
O governo brasileiro ainda busca negociar com Washington a tarifa de 50% imposta a produtos nacionais, o que representa um ponto de tensão diplomática e pode impactar a taxa de câmbio.
Novidades nesse front podem gerar volatilidade adicional para o real.
13) Contexto político: STF e instabilidade institucional
O início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, por tentativa de golpe de Estado, também adiciona incertezas ao ambiente político interno.
Investidores estrangeiros tendem a reagir a episódios de instabilidade institucional, o que pode influenciar a cotação do dólar nos próximos dias.
14) O que isso significa para investidores de Forex brasileiros
Para quem negocia no mercado Forex, o cenário atual sugere cautela e atenção a três pontos principais:
- Dados macroeconômicos – tanto PIB brasileiro quanto payroll nos EUA serão catalisadores de movimento.
- Política monetária – Fed e BC brasileiro estão em rota de decisão, o que afeta diretamente a atratividade do real.
- Volatilidade política – tensões comerciais e institucionais podem gerar oscilações bruscas.
15) Conclusão: estratégias de curto e médio prazo
O dólar inicia setembro valorizado, mas o movimento ainda é contido pela baixa liquidez do feriado nos EUA. Nos próximos dias, indicadores econômicos trarão maior clareza sobre a direção da moeda.
Para traders brasileiros, o momento pede estratégias combinadas de hedge e operações de curto prazo, aproveitando as variações técnicas sem perder de vista os riscos políticos e globais.
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